Fino Ajuste para resultados. Experiência que se paga!

01/01/2013

Fino Ajuste para resultados. Experiência que se paga!

A visita a novos clientes após a instalação dos seus equipamentos no incubatório é uma importante e agradável parte da minha rotina do dia-a-dia . Estas visitas são sempre mais produtivas quando o incubatório já tiver  realizado vários ciclos de incubação com os seus próprios parâmetros. As questões fluem com maior facilidade- e eu posso ativamente ajudar a melhorar os resultados do incubatório.

Uma dessas visitas recentemente me  levou a um novo incubatório GPS localizado no leste europeu. Aqui o gerente do incubatório e vários componentes do staff me acompanharam em um “tour” pelo incubatório,  eu estava ansioso por saber como eles estavam  trabalhando com os seus novos equipamentos.

Enquanto nós estávamos caminhando, eles explicaram a rotina de trabalho. Os ovos chegam das granjas GPS todos os dias. Aqueles procedentes das linhas macho são colocados em bandejas de incubação pintadas de vermelho na frente e atrás. Haviam menos ovos na sala de estoque de ovos do que eu normalmente esperaria para um incubatório com aquela capacidade. Mas o novo incubatório ainda estava na fase inicial, com apenas três lotes GPS em produção.

Compreendi melhor a situação, quando nós chegamos na sala de incubação, e encontramos as incubadoras parcialmente carregadas- algumas com somente 50% da capacidade- tanto com  ovos da linha macho e fêmea, com lotes jovens e velhos, estocados de 10 até 2 dias em uma mesma incubadora.

Observando o programa nas incubadoras, eu fiquei surpreso ao encontrar os set points de temperatura durante  os dias finais do ciclo – do dia 12 em diante – eram muito menor do que geralmente se recomenda. É lógico que as recomendações são apenas um guia de orientação, mas estas baixas temperaturas me pareceram especialmente mais  estranhas  porque as incubadoras não estavam cheias. A equipe do incubatório explicou que os set points estavam mais baixos porque eles haviam recebido reclamações de mortalidade na primeira semana de alojamento, causada – como eles acreditavam – por um super aquecimento de embriões dentro da incubadora. Entretanto quando medimos as temperaturas de casca de ovo, nós verificamos que estes estavam com temperaturas significativamente menores do que as encontradas em outras diferentes incubadoras  com períodos de incubação entre 12 e 18 dias.

Na sala de nascimento, uma senhora extremamente motivada com a responsabilidade de operar os nascedouros me disse que após a transferência, ela iniciava os nascedouros com 10F acima do normal. O set point não era reduzido até o dia anterior ao saque, ela explicou, para evitar de haver pintos atrasados – como eles haviam tido previamente. Como esta senhora era responsável apenas pelos nascedouros – e para evitar um atraso no nascimento (lembre que em um dia de nascimento em um incubatório GPS, é preciso realizar muitos trabalhos como a sexagem, vacinação para Marek, corte de esporão, etc!) – esta parecia ser uma boa decisão, em função da reduzida temperatura da incubadora.

Um dia depois, durante o nascimento – e com tudo acima sendo levado em consideração – com resultados aceitáveis. Mas ainda havia ovos não eclodidos com muito líquido dentro , pintos balofos com umbigos ruins.

Eu sugeri o uso de um diferente programa de incubação com set points mais elevados, em uma máquina somente. Eu expliquei como ajustar os set points utilizando a média de temperatura de casca, que deve ser medida diariamente durante um período para se comprovar a experiência. 

Para o nascedouro, eu recomendei um perfil de temperatura menor do que o atualmente aplicado. Temperatura de nascedouros deve ser reduzida somente 0.2 – se necessário mais tarde até 0.30F, depois de se observar que os pintos já se encontram completamente secos.

Quando minha visita chegou ao fim, o gerente do incubatório concordou em me manter informado sobre os resultados após a minha saída. Para a surpresa deles,  além de já terem elevado a temperatura conforme sugestão, eles tiveram de elevar o set points durante os últimos três dias na incubadora em 0.50F. a eclodibilidade aumentou em 2% no primeiro nascimento usando o novo set points. E tão importante quanto isto, a qualidade do pinto estava muito melhor –  fato que foi felizmente confirmado pelas granjas que receberam estes pintos. A relativa inexperiência da equipe do incubatório foi agraciada com este resultado: isto trouxe a restauração da confiança e melhorou as garantia da qualidade do incubatório.  

O aumento da eclodibilidade de 2% no incubatório GPS produz 1% a mais de pintos fêmeas. Se melhorada a qualidade do pinto, o resultado é de 5% a mais de fêmeas PS e 0.5% a menos de mortalidade na primeira semana nas granjas PS, o efeito econômico deste fino ajuste da temperatura de incubação pode ser calculado da seguinte forma:

Incubadora 77,800 ovos x 80% taxa de carregamento x 17 vezes/ano = 1 milhão de ovos.
1,000,000 x 1 % a mais de pintos fêmeas = 10,000 mais pintos fêmeas, das quais 5 %  a mais de vendáveis + 0.5menos de mortalidade na primeira semana = 10,550  mais pintos no final da primeira semana x € 3/pinto fêmea = € 31,650/ano sem nenhum custo extra.

Com o passar do tempo, mais lotes GPS entraria em produção neste incubatório, a vida se tornaria mais fácil para a equipe do incubatório. As incubadoras seriam carregadas (próxima) da capacidade e as cargas de ovos seriam mais uniformes tanto quanto a idade maternal como  quanto aos dias de estoque.

A experiência ganha durante esta fase inicial será de enorme benefício  em um futuro próximo.  Em um incubatório GPS – nunca é possível depender de uma rotina.  A experiência do que observar nos pintos – e como responder na programação da incubação -  tornará muito mais fácil o  fino ajuste do set points da máquina, e com maior confiança,  a tomada rápida de decisões fará toda a diferença entre um bom incubatório e um excelente incubatório!

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Martin Barten, Especialista em Incubação Sênior