“Nas segundas-feiras elas estão...”

01/01/2013

“Nas segundas-feiras elas estão...”

Durante uma viagem recente aos trópicos, eu tive a chance inesperada de visitar um incubatório que iria hospedar o Seminário da Academia Pas Reform. Minha visita não-planejada foi muito bem recebida, dando ao gerente do incubatório a chance de falar comigo sobre a qualidade dos pintinhos, que não estava totalmente satisfatória segundo ele.  Os pintos refugos e a mortalidade da primeira semana estavam ligeiramente mais altos que os seus padrões.

Quatro dias de nascimento por semana significava que eu poderia testemunhar o saque dos pintos durante minha visita. Os pintinhos  recentemente eclodidos apresentavam-se balofos – e muitos com umbigos mal cicatrizados. Outros sinais confirmaram que 502-504 horas de incubação não foram suficientes: os pintos estavam sendo sacados muito cedo. Ao fim de minha curta visita, nós concordamos que  os set points da umidade relativa deveriam ser reduzidos de 53 a 50%, com a incubação iniciando entre 4 e 6 horas antes.

Um mês depois, como o incubatório recebeu representantes de todas as regiões para o seminário da Academia, nosso gerente de incubatório anfitrião perguntou se eu poderia me juntar a ele e à sua equipe mais tarde. Pareceu-me que embora tivessem havido algumas melhorias na qualidade dos pintos desde minha visita anterior, os resultados ainda não eram tão bons como deveriam ser.

Durante o dia, nós ficamos totalmente ocupados com a programação do seminário, participando de sessões práticas, assistindo apresentações e desfrutando de uma animada discussão.

À noite eu me juntei ao gerente do incubatório e sua equipe, e juntos revisamos todos os dados do incubatório.
Quando olhamos os históricos climáticos dos nascimentos ocorridos anteriormente aquela semana, um padrão começou a emergir. Para cada ciclo, imediatamente após a transferência a umidade relativa estava muito alta, diminuindo gradativamente até o set point e subindo drasticamente mais uma vez após o surgimento dos pintinhos.

Quando perguntei se as bandejas de eclosão estavam sempre 100% secas durante a transferência ocorreu uma longa discussão, antes de haver um acordo com uma resposta: “Nas segundas-feiras elas estão...”. Eu conclui que as bandejas não estavam, portanto, completamente secas para outros dias de transferência.

Quando  foi confirmado que a qualidade dos pintinhos também era, de fato, muito melhor na quinta-feira, a solução ficou clara, já que a transferência deste nascimento foi feita na segunda-feira com as bandejas de nascimento secas. A evaporação da água das bandejas molhadas estava reduzindo a temperatura e aumentando a umidade no nascedouro, resultando em pintos com abdomen grande/balofos e umbigos ruins.

Nós concordamos que um conjunto extra de bandejas de eclosão rapidamente pagaria por si mesmo. E para manter a boa qualidade dos pintos no futuro, uma regra de ouro deve ser aplicada: a transferência sempre deve ser feita em bandejas secas!

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Martin Barten, Especialista em Incubação Sênior