Assumindo que “tudo” é possível no incubatório

01/01/2013

Assumindo que “tudo” é possível no incubatório

De tempos em tempos, um cliente descreve um problema que a primeira vista parece “impossível”. Contudo, ao longo dos anos, eu aprendi que “impossível” é raro, se é que existe – uma detalhada investigação do caso usualmente irá identificar a causa do problema.

Eu recordo um caso quando um cliente se queixou que, apesar dos pintos das suas máquinas de estágio único parecerem bem e a eclodibilidade ser excelente, os pintos não estavam apresentando um boa performance no campo. Havia um contraste com a performance dos pintos do incubatório tradicional, localizado na região com produção de máquinas de múltiplo, e que estavam apresentando uma performance normal no campo.

Durante a visita ao incubatório, a primeira vista eu não pude encontrar nada de errado, especialmente nas salas de ovos e nas salas de incubação. Sem nenhuma experiência prévia em incubação de estágio único, o gerente do incubatório estava utilizando o nosso Manual de Incubação como referência, ele explicou, o que estava ajudando ele consideravelmente a se acostumar com o conceito.

Como a nossa investigação continuou, nós fomos para os nascedouros. Aqui eu encontrei algo que era uma preocupação: a temperatura programada estava muito baixa na minha opinião. Pareceu-me que estavam trabalhando baseados na experiência prévia com as máquinas tradicionais, onde a refrigeração depende principalmente da ventilação.

Eu expliquei  que não era uma boa idéia acreditar que um determinado set point de trabalho que funciona bem em uma marca particular de incubadoras irá automaticamente fazer o mesmo em um outro tipo de máquina. Com esta advertência, eu solicitei a ele que aumentasse a temperatura nos nascedouros para 980F.

No dia seguinte, nós visitamos diversas granjas com pintos de uma semana no máximo. Aqui de fato, os pintos estavam bastante apáticos. Muitos deles estavam deitados com os seus pescoços esticados. O bater palmas quase não produziu nenhuma reação nos pintos..

A monitoria de temperatura nestas granjas revelou que as temperaturas da fase de crescimento estavam mais altas do que o normal. Isto explicou a inatividade dos pintos, resultando em baixa ingestão dos alimentos e conseqüente baixa performance. Os granjeiros disseram que fizeram tudo como normalmente faziam quando recebiam os pintos das máquinas antigas.

Geralmente, os pintos incubados tradicionalmente estão expostos a condições mais quentes durante a fase de maturação da incubação. Consequentemente, os pintos incubados desta forma ficam mais confortáveis com as altas temperaturas da granja. Na incubadora de estágio único, entretanto, os pintos eclodem a uma temperatura mais baixa e, portanto, ficam mais confortáveis se a temperatura na granja estiver reduzida em alguns graus centígrados. Especialmente neste caso, onde o set point de temperatura nos nascedouros também era mais baixa do que o recomendado isto ocorreu.

Os granjeiros que  passaram a receber os pintos deste incubatório na semana seguinte, foram orientados a agir de forma diferenciada e eu fui informado posteriormente que a performance dos pintos das incubadoras de estágio único haviam melhorado significativamente e estavam se comportando normalmente e ativamente nas granjas.

Precisa de ajuda?

Martin Barten, Especialista em Incubação Sênior