Tag: Incubação | Artigo
28/05/2020
,Existem relativamente poucos incubatórios especializados em aves aquáticas. Seus programas e procedimentos são amplamente baseados nas tradições e muitos anos de experiência prática da própria planta.
Geralmente, os incubadores tentam imitar a mãe natureza, onde ocorre a formação do ninho de aves aquáticas perto da água, e a fêmea que está chocando retorna da água para o ninho com o corpo úmido e frio. Aparentemente essas condições ajudam na eclodibilidade, pois é raro encontrar um ovo não eclodido nos ninhos de patas ou gansas selvagens.
Como resultado, a pulverização dos ovos durante a incubação se tornou um procedimento padrão, que costuma ser feito entre os dias 10 e 14, e continua até à transferência dos ovos. Os carros de incubação devem ser removidos da incubadora; os ovos são pulverizados com água morna ou fria e depois devolvidos à incubadora. Em uma incubadora de múltiplo estágio, o efeito nos demais ovos da máquina é apenas momentâneo. Já na máquina de estágio único, é preciso muito mais tempo para que as configurações estabelecidas voltem a ser atendidas.
Geralmente, dois modelos de bandejas de incubação são utilizados: bandejas plásticas, onde os ovos são mantidos na posição vertical, e bandejas em aramado de metal, onde os ovos permanecem na horizontal ou com pouca inclinação. Alguns incubatórios de ganso afirmam que combinar a pulverização com uma viragem extra dos ovos feita manualmente pelo menos uma vez por dia, alternando a face do ovo que fica para cima e a face em contato com a bandeja, também gera um impacto positivo. No entanto, isso requer muito trabalho manual, o que pode ser um problema, uma vez que os incubatórios estão se tornando maiores e os custos de mão-de-obra mais altos.
Não é de surpreender que o ramo de aves aquáticas esteja procurando por atalhos. As questões fundamentais são: qual é o efeito real da pulverização? Simplesmente irá baixar a temperatura dos ovos? Ou tem outra função? E é necessário fazer esse procedimento?
Ovos de aves aquáticas diferem fisicamente dos ovos de galinha. Para lidar com o ambiente úmido, eles têm um forte revestimento ceroso - uma cutícula. Este revestimento os protege de infecções. Contudo, essa “espessa embalagem” impede a troca de gases e a evaporação da água. É necessário que essa estrutura logo se torne aberta o suficiente para fornecer o oxigênio necessário para o embrião em crescimento, e viabilize a criação de uma câmara de ar grande o suficiente para facilitar a eclosão.
Podemos buscar substituir a natureza removendo a cutícula antecipadamente. Isso pode ser feito lavando os ovos com uma solução de hipoclorito de sódio em uma lavadora especializada sob condições estritamente controladas. No entanto, a lavagem torna os ovos “desprotegidos” muito mais vulneráveis a contaminações. Consequentemente, a higiene no incubatório precisará ser perfeita e deverá incluir mais precocemente a remoção dos ovos “claros” e com mortalidade inicial, além de haver no prédio uma eficiente exaustão do ar contaminado na transferência e bom controle da penugem gerada no nascimento. Esses requisitos extras são compensados pela eliminação da pulverização e tornam a incubação de ovos de aves aquáticas tão simples quanto para ovos de galinha.
Outra opção possível - usada por alguns incubatórios - é a incubação de estágio único, onde os dampers de entradas, saídas e porta da incubadora permanecem totalmente fechadas nos primeiros 14 a 17 dias. Os ovos devem ser limpos, frescos e de boa qualidade, mas não desinfetados. Enquanto a ventilação permanecer fechada, a umidade permanecerá 80% ou mais e a concentração de CO2 poderá subir até 1%. Nenhuma pulverização é praticada posteriormente. Embora não seja muito comum, esse sistema leva a resultados surpreendentemente bons de eclosão.
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