Grande problema – simples solução

O gerente do incubatório me mostrou o ambiente do incubatório, que era bem organizado e limpo; o fluxo para a sala de processamento era direto e lógico. Percebi, no entanto, que a maioria das portas estavam abertas, porém que eu esperava que estivessem fechadas. A sala de processamento de pintinhos era separada da sala onde os pintinhos são contados nas caixas e recebem a vacina spray.

Eu permaneci um tempo na sala de processamento de pintinhos, observando o saque e a seleção dos pintinhos. O aroma do ar era fresco, os pintinhos pareciam bem e estavam quietos. Também notei que as cascas estavam limpas - um indicativo de que o tempo de saque estava correto.

Os pintinhos vendáveis ​​de primeira classe que haviam sido selecionados foram colocados em uma esteira rolante, que os transportavam para a próxima sala, onde eram contados e vacinados via spray.

Após sair da sala de processamento, onde as condições (temperatura e umidade) eram confortáveis, a entrada na sala das 'caixas' foi um choque. Minha reação imediata foi pensar 'algo está errado aqui'. Primeiramente, havia um barulho acima do normal gerado pelos pintinhos nas caixas de transporte empilhadas no carrinho, esperando para serem transferidas para a sala de espera ao lado. Inspecionando as condições mais de perto eu pude observar que esses pintinhos haviam sido recentemente vacinados e estavam muito molhados, todos amontoados, e apresentavam as suas patinhas muito frias. Para piorar as coisas, o carrinho estava parado diretamente sob uma corrente de ar frio, causada por um grande ventilador posicionado no canto da sala de vacinação. Na sala de espera, a temperatura também estava muito baixa para os pintinhos que ainda estavam molhados devido à vacinação. Não foi nenhuma  surpresa encontrar pintinhos sem apresentar sinais de conforto térmico e fazendo tanto barulho!

Não demorei muito para identificar o que havia de errado neste incubatório. Os altos níveis de mortalidade precoce durante a primeira semana na granja eram devido à vacinação spray ser feita com gota muito grossa, com o agravante dos pintinhos molhados e com frio serem expostos na sequência a uma corrente de ar gerada pelos ventiladores e portas abertas.

Felizmente, o próprio técnico do incubatório percebeu o erro no processo de vacinação que estava acontecendo, e disse: "Só vou demorar alguns minutos para trocar o bico por um com spray mais fino". Ele também reduziu a pressão da máquina de vacina spray – de modo que as gotas não ficassem finas demais e para reduzir a quantidade de água pulverizada por caixa de pintinhos. Assim sendo os pintinhos passaram a ficar apenas úmidos após receber a vacina spray, e não mais totalmente molhados.

No silêncio do refeitório, fizemos uma reunião para avaliar a questão da mortalidade precoce. O gerente do incubatório concluiu que a mortalidade precoce no campo passou a ser um sério problema após a última verificação anual do equipamento de vacinação realizada recentemente - quando os bicos de pulverização foram trocados, mas não verificados posteriormente. Depois dessa troca, ninguém havia notado que os pintinhos estavam encharcados e sua temperatura corporal havia caído muito. Apesar dos “ruidosos protestos” que os pintinhos passaram a fazer, a mudança dramática na viabilidade no campo foi uma surpresa.

O gerente do incubatório percebeu que todos estavam tão ocupados seguindo os protocolos da maneira mais precisa e eficiente possível que esqueceram a outra regra de ouro: olhar, cheirar e escutar. Tome medidas imediatas se você enxergar, cheirar ou ouvir algo anormal.

Uma semana depois, eu recebi uma pequena mensagem e uma foto de pintinhos apresentando excelentes condições na granja: 'problema resolvido', dizia.