Fazer ou não fazer ovoscopia, eis a questão...

O risco de erros será reduzido se a ovoscopia for realizada no 9º ou 10º dia de incubação, quando, então, também será possível utilizar a chamadamesa de ovoscopia, onde toda a bandeja de incubação é iluminada por baixo. O uso da mesa de ovoscopia é mais rápido do que da luz individual – porém, a precisão não é a mesma. Quando o número de ovos claros é alto, a luz escapa através dos lugares vazios na bandeja. Se houver retirada dos claros ovos das bandejas de incubação ficará mais difícil identificar os ovos claros remanescentes de forma conclusiva. Em muitos incubatórios é, portanto, comum praticar a ovoscopia dos ovos no dia da transferência para o nascedouro, já que isto é mais eficiente em termos de tempo e produtividade. Quando os ovos forem verificados desta forma (no momento da transferência), os equipamentos automáticos de ovoscopia, que iluminam todos os ovos antes da remoção dos ovos claros, podem ser utilizados sem a desvantagem da precisão reduzida pelo grande fluxo de luz.

Há vários motivos para se fazer uma ovoscopia

1. Detecção precoce de problemas nas granjas, durante o manejo e a incubação dos ovos, especialmente se combinada com o embriodiganóstico.
2. Criação de uma série de dados específicos de referência do incubatório, em combinação com o embriodiganóstico.
3. Estimativa do percentual esperado de pintos viáveis.
4. Redução de resíduos no incubatório. Em alguns casos, os ovos claros tem valor de mercado, ao passo que normalmente há taxas para remoção dos resíduos não eclodidos.
5. Impacto positivo na eclodibilidade e qualidade do pintinho.

As razões 1, 2 e 3 são suficientes para se fazer a ovoscopia de um número representativo de ovos incubados. Pelas razões 4 e 5, todos os ovos devem ser submetidos à ovoscopia e os ovos claros devem ser removidos.

O trabalho de Reis et al (1993) mostrou uma melhoria na qualidade dos pintos como consequência da remoção dos ovos claros durante a ovoscopia, principalmente nos lotes mais velhos. Os estudos realizados pela Embrex Inc. (IHP Volume 17 Número 7) também favorecem a remoção dos ovos claros durante a transferência e antes da vacinação ‘in ovo’. Esta tendência parece ser mais forte no caso dos lotes mais velhos – um fator sustentado, também, pelos resultados do trabalho da Academia Pas Reform com clientes em campo – e pelos gerentes de incubatório experientes.

Os ovos claros transferidos para o nascedouro criam um clima instável nas bandejas de eclosão pois não produzem calor metabólico. Quando os separadores automáticos de pintos são utilizados, os ovos claros podem se quebrar, gerando pintos de qualidade inferior.

Recomendações

• Não excute a ovoscopia entre 11 e 14 dias de incubação, uma vez que isto interrompe o movimento do embrião até o comprimento do eixo do ovo.
• Quando fizer ovoscopia nos dias 9 ou 10, idealmente os lugares vazios na bandeja de incubação devem ser preenchidos movendo o restante dos ovos para trás para criar linhas completas, deixando as primeiras fileiras vazias.
• Remova os ovos claros quando em número superior a 10 - 15%. Quando a percentagem for inferior a 10%, não haverá a necessidade direta de removê-los antes da transferência.
• Se durante a ovoscopia (no dia da transferência) mais de 30 ovos forem removidos de uma bandeja de incubação com 150 ovos, adicione ovos de outra bandeja para garantir que todas as bandejas de eclosão fiquem cheias. Idealmente, os ovos devem encostar uns nos outros enquanto estão sendo colocados nas bandejas de eclosão; as vibrações causadas pelos primeiros pintos a eclodir incentivam a bicagem dos outros pintos.
• Registre o número de ovos claros e considere a execução de embriodiagnóstico como exemplo.