Manejando o dióxido de carbono na incubadora

Logo após a postura, o albúmen de um ovo contém uma quantidade considerável de CO2, presente principalmente na forma de bicarbonato. Como a casca do ovo é porosa e a concentração de CO2 no ambiente é muito menor, o CO2 se difunde para fora do ovo. Isso resulta em um aumento no pH do albúmen e em sua liquefação, ambos necessários para preparar o ovo para a incubação.

À medida que esse processo de difusão passiva de CO2 do ovo continua durante o armazenamento e nos primeiros dias de incubação, a concentração de CO2 dentro da incubadora totalmente fechada aumentará gradativamente. Quanto mais fresco for o ovo, mais rápido será o aumento e maior será o nível de CO2 acumulado. Uma vez que o metabolismo do embrião e, portanto, sua demanda por O2 durante os primeiros 10 dias de incubação é muito baixa, o aumento gradual de CO2 para> 1% não impede o desenvolvimento metabólico do embrião. Um estudo de Bruggeman et al. (2006) mostrou que, devido a vários mecanismos de tamponamento, embriões de galinhas pesadas podem tolerar um aumento gradual até 1,5% CO2 no dia 4 de incubação, mantido até o dia 10. Um estudo feito com ovos de poedeiras brancas por Hongbin Han et al. (2011), entretanto, mostraram resultados negativos ao aplicar 2% vs. 0,03-0,05% durante os primeiros 4 dias de incubação, o que sugere uma maior sensibilidade desses embriões ao CO2.

O fato de não entrar ar fresco na incubadora durante os primeiros 10 dias de incubação pode ser benéfico para a uniformidade da temperatura, dependendo do tipo de incubadora. Porém, não é apenas a concentração de CO2 (em uma incubadora não ventilada) que aumenta. Isso também se aplica à umidade relativa, resultando em uma reduzida taxa de perda de peso do ovo durante os primeiros 10 dias, que deve ser compensada durante o período final da incubação através da programação de um set point de umidade relativa extremamente baixo. O risco de uma baixa umidade relativa tão fora do padrão durante os últimos dias na incubadora é que ocorra a evaporação da água dos tecidos embrionários, que nessa época se encontram diretamente sob a superfície da casca.

Após o dia 10-12, o metabolismo do embrião aumenta exponencialmente, assim como a necessidade de O2 e a produção de CO2 que também aumentam. É comumente estabelecido que, neste período, a taxa de ventilação da incubadora deve aumentar gradativamente. A ventilação excessiva, que pode resultar em umidificadores excessivamente ativos na tentativa de manter a umidade relativa do set point, é desnecessária. A taxa de ventilação neste período pode ser definida com segurança para atender um nível máximo de CO2 de 0,4%.

Recomendações:

• Garanta que o ar limpo do plenum de entrada de ar da incubadora (e nascedouro) contenha no máximo 0,09% de CO2.
• Verifique e substitua regularmente os filtros na unidade de tratamento de ar.
• Evite ou minimize a recirculação de ar "usado".
• Certifique-se de que os sensores de CO2 na incubadora (e nascedouro) estejam calibrados corretamente para a altitude do incubatório. Se calibrado para o nível do mar, use um fator de correção ou um set point diferente.
• Lembre-se de que selar a incubadora durante os primeiros dias de incubação aumenta não somente o nível de CO2, mas também o UR%.
• Comece a ventilar a incubadora gradualmente, de preferência após o terceiro dia de incubação. Realize o Fino Ajuste da ventilação > dia 10–12 tendo como base um nível fixo máximo de concentração de CO2.