Coordenando a desinfecção nas Granjas de Matrizes e no Incubatório

Contudo, a prática de incubar ovos de diferentes origens aumenta o risco de contaminação cruzada de bactérias ou fungos entre as diferentes cargas de ovos.

Com os incubatórios tornando-se cada vez maiores, o número de fornecedores ou granjas de matrizes que entrega ovos incubáveis para um específico incubatório também cresce, aumentando assim o risco de contaminação cruzada. Por este motivo, não é raro que os ovos incubáveis sejam desinfetados nas granjas de matrizes, ou até mesmo durante o transporte da granja, antes de chegarem ao incubatório.

A otimização da desinfecção na granja de matrizes preserva a qualidade dos ovos e dos embriões. Uma desinfecção inapropriada na granja de matrizes é, contudo, uma causa em potencial  da mortalidade embrionária durante as primeiras 48 horas de incubação.

O principal  e mais crítico item relacionado a desinfecção na granja de matrizes é a temperatura dos ovos no momento da desinfecção. A temperatura dos ovos durante a postura é de 400C, mas esta cai imediatamente quando os ovos deixam o corpo da galinha. Alguns desinfetantes, especialmente a formalina, podem penetrar para dentro do ovo durante o esfriamento, o que pode matar o embrião. Para evitar a mortalidade inicial, os ovos precisam estar com a temperatura reduzida entre 20-250C antes da desinfecção. Isto pode levar cerca de 4-6 horas, dependendo das condições dentro do galpão na granja.

A taxa de refrigeração depende da temperatura do ninho; do transporte na esteira e da sala onde os ovos recém postos são selecionados e preparados para a desinfecção e transporte para o incubatório. O tipo de bandeja de ovos e/ou caixas utilizadas para armazenar os ovos também têm uma influência na velocidade da queda de temperatura.

Bandejas de papelão e caixas são bom isolantes térmicos, e retardam a  taxa de refrigeração dos ovos, enquanto que bandejas plásticas abertas ou de incubação facilitam a refrigeração. Bandejas “abertas” são recomendadas para a desinfecção nas granjas, pois elas permitem uma boa e total cobertura da superfície dos ovos pelo desinfetante.

Os gerentes dos incubatórios estão aptos e devem  padronizar os protocolos para a desinfecção dos ovos no incubatório. Estes protocolos devem ser explicados e divulgados em um trabalho conjunto com o gerente das granjas de matrizes, com o objetivo de atingir uma consistente padronização para se obter uma desinfecção que irá melhorar os resultados tanto para as granjas como para o incubatório.

Conselhos

• Coloque os ovos coletados em uma sala com temperatura não superior a  20-25°C.
• Armazene os ovos em bandejas abertas (plástico) para facilitar a uniforme refrigeração junto com a temperatura da sala.
• Certifique-se que os ovos estejam suficientemente refrigerados antes de iniciar os procedimentos de desinfecção.
• Tenha um local específico para a desinfecção dos ovos incubáveis na granja. Esta sala deve ter total controle da temperatura  e da umidade relativa (ideal).
• Evite aplicar um esquema diário de desinfecção na sala de estoque de ovos na granja, especialmente se os ovos forem transportados para o incubatório apenas algumas vezes por semana. Isto evita a repetição da desinfecção.
• Padronize a desinfecção com especial atenção a concentração do desinfetante, temperatura, umidade relativa e tempo de exposição.
• Avalie a eficiência da desinfecção nas granjas de matrizes de forma regular.
• Monitore a mortalidade inicial, antes da formação do anel de sangue, tornando esta prática uma rotina.
• Verifique  se os procedimentos de desinfecção padronizados estão de acordo e se estão sendo cumpridos, e se a mortalidade inicial está aumentando.